SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE MÉDIUNS, ASSISTÊNCIA E ESPÍRITOS
Os pensamentos e divagações do ser humano com suas emanações fluídicas transitam pelo entorno ora alimentando-o de energias salutares ou contaminando-o com prejudiciais alentos.
Os pensamentos e divagações do ser humano com suas emanações fluídicas transitam pelo entorno ora alimentando-o de energias salutares ou contaminando-o com prejudiciais alentos.
Tais fenômenos apresentam-se em quaisquer locais em que grupos de pessoas se encontrem. Um sensitivo de ordinário reflete em si os efeitos que predominam no ambiente.
Em uma reunião pública na casa espírita, quantas vezes encarnados comparecem pela primeira vez em situação de desequilíbrio emocional ou mesmo espiritual em busca de ajuda! E, por essa razão, introduz na assembleia a energia irradiante que vibra negativamente sem que o perceba. Até pode consigo trazer um espírito sofredor ou obsessor. Eis uma gota de energia inferior a contaminar o todo.
Como se dá em uma orquestra em que um instrumento desafinado compromete o resultado sinfônico.
É necessária a harmonização entre o médium e a assistência. Do contrário, ou não se obtém a comunicação com o plano espiritual ou, ainda, recair sobre a estabilidade física e mental do médium graves e nefastas consequências.
Até há a recomendação para que não se permita assistência em determinadas reuniões mediúnicas.
O estado físico e mental, emocional do medianeiro pode influir na mensagem espiritual ou contaminá-la com divergências e ideias suas ou interferências do público presente.
A harmonização psíquica entre todos os envolvidos nas manifestações reveste-se de alta necessidade sob pena de impedi-las, causar danos aos medianeiros e afetar os próprios espíritos.
Allan Kardec também propõe a regularidade e a continuidade das reuniões mediúnicas para que se avaliem a moralidade e o conhecimento intelectual dos Espíritos comunicantes. E adverte: “Ora, se é preciso experiência para julgar os homens, de muito mais habilidade necessitamos para julgar os Espíritos.”
A origem e qualidade dessas reuniões estão submissas ao nível de conhecimento e ao caráter moral dos pesquisadores. Classificam-se como frívolas, experimentais e instrutivas.
Dentre as frívolas citamos a “brincadeira” com copos, principalmente entre jovens, em que se distribuem letras e números em uma superfície e, impondo as mãos sobre um copo, perguntam sobre assuntos corriqueiros de interesse próprio. Mas é muito provável, por falta de seriedade e preparo, que espíritos infelizes brincalhões e até obsessores sejam atraídos pelas energias vigentes nessas reuniões.
O que se alcança nas reuniões experimentais e instrutivas sabemos que é por meio dos estudos sistemáticos, preparo doutrinário e moral, seriedade, união de boas intenções e cooperação de espíritos interessados em esclarecer os estudiosos.
Nos estudos experimentais, buscaram-se, nas manifestações físicas, conhecimentos a respeito dos fenômenos advindos do plano espiritual. Assim, por meio dessas manifestações, sucedeu a “Invasão organizada” a atrair a atenção da humanidade para a importância do Mundo Espiritual.
Característica maior das reuniões instrutivas é obter ensinamentos por meio do estudo em conjunto.
Nessas duas últimas, prima-se pela seriedade, controle, moralidade e preparação embasados na codificação elaborada pelo mestre Allan Kardec e com a assistência da espiritualidade benfazeja.
Consideremos uma reunião mediúnica em que um participante em desarmonia se faça presente ou que haja animosidades entre alguns componentes da assistência. Pensemos em quais influências negativas pairam sobre a obtenção dos fenômenos pretendidos.
Vejamos um episódio de ação da assistência movida por cruel curiosidade dando efeitos nocivos à médium e prejudicial ao Espírito de Katie King, citado por Ronie Lima em seu livro A VIDA ALÉM DA VIDA. Alguém da assistência, ávido de descobrir uma farsa, segura o Espírito materializado afirmando ser a médium. Apesar de buscarem contê-lo, a médium e o Espírito foram significativamente atingidos. Katie, mesmo brutalmente segura, esvaiu-se de forma dramática. A médium Florence Cook apresentou convulsões, abalando-se psicológica e fisicamente e requisitando atendimento médico!
No Lar de Frei Luiz, na cidade do Rio de Janeiro, os trabalhos de materialização, cirurgias e curas demandam um ambiente altamente livre de perturbações e total harmonia dos participantes. Contudo, em certa ocasião, estando o médium em seu leito, acordou com uma espetada de dedo no olho e uma pontada como de estilete na mão direita. Pois o motivo foi que, no vestiário feminino, houve uma forte discussão travada entre uma colaboradora e uma paciente que se negou a seguir regras do centro para ingressar na sala de materializações, o que repercutiu na cabine.
Com a médium Elisabeth d’Espérance e pela materialização de um espírito de pequena menina, deu-se que alguém se ergue da cadeira de um lado do círculo de assistentes e, indo até o espírito, abraça-a dizendo: - Ana! Minha filha! Minha querida filha! Meu amor!
Outra pessoa se aproxima e também enlaça o espírito. As duas em lágrimas e dando graças as Deus.
Ainda com Elisabeth d’Espérance em materialização de Iolanda, à saída desta do gabinete temos o depoimento da médium:
“- Sentia-me cair, mas não sabia em que lugar. Tentava segurar-me, prender-me a alguma coisa, mas o apoio faltava-me; desmaiei, e só tornei a mim para estremecer de horror, com a ideia de haver recebido um golpe mortal.”
Sucedeu que Iolanda havia sido agarrada por uma pessoa na falsa certeza de que era Elisabeth!
Percebemos a diferença de intenções e energias fluídicas entre os que buscam desacreditar, difamar as manifestações e aquelas que sabem da verdade e amorosamente se lançam à aparição.
Mesmo assim a médium sentiu como se seu corpo fosse movimentado em várias direções tendo completa turvação do olhar. Até a confusão entre ser ela ou a pequena aparição dela se apodera!
Atualmente rareando as materializações, intervenções prejudiciais à harmonia das sessões apoiam-se no que pode interferir na presença de espíritos que comparecem para os fraternos esclarecimentos ou que pretendem enviar mensagens de conforto a seus familiares.
Concluímos com a afirmação de Léon Denis em NO INVISÍVEL:
“Sabemos que cada ser humano possui um dinamismo próprio, um estado vibratório que varia ao infinito, conforme os indivíduos, e os torna aptos a produzir nos outros e perceberem eles próprios sensações psíquicas extremamente variadas.”